quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Mu[D]ança
Ajeitando a bagunça, varrendo
A sujeira de debaixo do tapete
E retirando o pó do que desempacoto
Vou ajeitando tudo no seu canto
Ainda não está pronto
Mas já aceito visitas... ;o)
Estado de Lítio no Wordpress agora
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Sinhô
Quentura
Ainda não chegou o verão,
mas já sinto o calor abrasando a pele,
como se um amante sensual me
tocasse, me fazendo enlanguescer e suar...
As janelas volto a abrir,
e, nua, me esparramo pela cama larga,
sentindo a lua velar-me,
tendo o manto da noite a
cobrir minha nudez pálida,
caso seja necessário....
Patrícia Gomes
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
Secura
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
Brasas
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Sem Meias Palavras
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Espaços Tantos
Há em mim tantos
Espaços vagos, esparsos,
Castos, bloqueados,
Cheios e delirantes...
Tantos desses espaços
Mudaram seu estado
Cansaram de ser o
Mesmo imutável
Outros muitos continuam
Estacionados num seu
Tempo tão certo.
E eu, elo quase único
Desses todos espaços,
Continuo na tentativa
De aprender a dançar
Em cada um de seus salões...
Patrícia Gomes
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
Vereda Noite
terça-feira, 28 de agosto de 2007
Sem sorrisos e tão cinza...
Meu dia acordou cinza e feio... Não conseguiu sorrir pra mim com seu olhar dourado. É possível sentir-se tão seca com tantas lágrimas a escorrerem por minha face? Queria que ao menos hoje a fé e a esperança se dessem as mãos e fizesse morada em meu peito. Ou quem sabe dormir e acordar com o sorriso do dia me brindando, dizendo que tudo não passou de um sonho ruim...
Patrícia Gomes
Imagem: Dead Roses Forever
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Escuro
Vereda
Na incandescência do dia
Sertanejo-me tal qual o Rosa dizia...
Meu corpo ressequido chora
Uma torrente ilusória de desilusão
Mal contida no oco mandacaru.
Caatingo no outono que já chega
Castigando de pronto o dilatado corpo.
Ardo em brasas de fogueira
Juninas que prematuramente
Dançam em minha mente...
No intricado desenho da pele
Rachada, tal qual solo árido,
Choro lágrimas que mapeiam
A pele, em braile, para uma
Leitura em cega seca, que
Umidifica a alma na dor muda
Que ecoa brejeira junto ao canto
Negro do assum preto, que canta
A brasa tarde que o cegou de dor...
Patrícia Gomes
Imagem: Paulo Moura
sábado, 18 de agosto de 2007
Auto-Retratando-se...
Através da lente pequena
Busco ver-me inteira em
Nuances que desconheço ou
Que em determinados instantes
Deixei escapar
Não julgo meu olhar tão atento
Nem refinado o meu senso
A loucura é uma parceira constante
Em bailes noturnos que nem sempre crio...
Bailamos num mesmo compasso
Quase gasto de passos equivocados.
Na inerte imagem do retrato
Esquadrinho o sorriso que
Quase desdenha...
Qual de nós ri?
Para e de quem?
E o baile recomeça
Enquanto a lente, ainda menor, não
Enquadra o que o sorriso quer...
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Nocaute
Assim se vai, vem e vai...
Esquadrinho um campo
De nuvens baratas
Que se arrastam fugindo de
Uma tempestade vadia
Há tons de cores frágeis
Rugosidades suaves
Enquanto o vento as
Empurra com certa rusga
Tardes despencam ante
Meu olhar nem tão reverente
Pouco ausente de mim mesma
Mesmo não me esquecendo
De lembrar-me de mim...
Auroras sonham em nascer
Enquanto noites sofrem
Ao lembrar-se que vão morrer
E os dias sorriem tranqüilos
Pois sabem renascerão em breve...
E parada, enquanto tudo gira
Pisco os olhos que dançam
Nesse ciclo eterno
De um eterno retorno...
Imagem: My Blue Ligth
terça-feira, 14 de agosto de 2007
Grito Quase Calado
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
É Só o Que Peço...
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
Crias Minhas
Não tenho medo do que
Dirão de minhas letras
Podem estas serem ou não boas
Não temo soar ridícula
Ou cair no pieguismo
Saber que uma obra
Que paro é má
É melhor do que nunca
Ter sentido a dor
De pari-la
Ás que nascem
Ergo-as e apresento à luz
Fazendo delas assim o meu religare.
Sou[L]
terça-feira, 31 de julho de 2007
Nós
segunda-feira, 30 de julho de 2007
Desenhos
No silêncio
de nossa cama
minhas palavras
correm pela tua
face desenhando
sonhos e amores
nos cantos dos
teus olhos e nos
poços de tua boca...
Patrícia Gomes
Imagem: Catarina Cruz
quinta-feira, 26 de julho de 2007
Vibrato
terça-feira, 24 de julho de 2007
domingo, 22 de julho de 2007
Diálogos
sábado, 14 de julho de 2007
Carícia
Minha boca te ouve
Te deseja
Te precisa...
Meu corpo te anseia,
Te implora
Um toque,
Uma carícia mais íntima...
Meus olhos te brilham
Pela manhã
Olhando o céu,
Te procuram à noite
Entre o brilho das estrelas,
E meus sonhos me dizem
Que você sempre esteve aqui
Sussurrando em meus olhos
Que sempre estive em ti,
E nossas bocas se colam
Num amanhecer juntos...
Patrícia Gomes
terça-feira, 10 de julho de 2007
Muda
Sempre tive o que dizer e disse
Tanto e hoje me vejo
Perdida em meio ao
Silêncio que meu falar
Não quer e que tantas vezes
Calo com a vontade de
Um beijo mudo, úmido...
No entanto meu olhar
Não se cala tão fácil e
Tantas vezes perde-se em
Um quase desespero por
Não poder transbordar palavras
Como as lágrimas que rolam
Fartas e fáceis.
Esse silêncio, em mim,
Não é assim tão mudo, pois
Reverbera desejos, quereres,
Vontades; é minha caixa de Pandora
Para as respostas que teria se
Fosse tão fácil dizer o que
Sinto e penso no exato
Momento em que penso e sinto...
Patrícia Gomes
Minguante
domingo, 8 de julho de 2007
Do que não sou
quinta-feira, 5 de julho de 2007
quarta-feira, 4 de julho de 2007
segunda-feira, 2 de julho de 2007
Ar da Graça
Buscava, no silêncio incógnito,
Palavras que pudessem calar,
De uma vez por todas, todo o
Mutismo que gritava a sua volta.
Rodopiava entre frases soltas e
Sinais de uma pontuação forçada.
Queria escapar de toda regra criada
Para encarcerá-la nesse centro tosco
De um mundo que nunca visualizara
Como sendo seu. Algumas vezes
Divisava passos soando ao seu
Lado, mas tudo silenciava rápido
Demais ao passo que seu coração,
Cada vez mais forte, bombeava o que
Não sentia correr...
Patrícia Gomes
Imagem: Eric Dinyer
sexta-feira, 29 de junho de 2007
Invasão
Sentia seu coração palpitar docemente
Diante da sorridente noite que
Nascia quente como seu
Ventre no cio.
Sentia doer-lhe o corpo
Como se sustentasse toda
Feminilidade do mundo
E a pele, tal qual um balde
De gelo, transpirava
Fria e profusamente.
Sentia que todo entendimento
A invadia devastando todo mistério
Não queria saber-se folha seca,
Ainda mais agora que finalmente
Descruzara os braços para
Captar a desordem de tudo.
Percebia-se como existente no momento
Que suas indagações foram aceitas
Diante de seus olhos afogueados...
Imagem: Jorge Jacinto
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Rebuscado
Em sua inventiva idiomática,
A cintilante inteligência e
Sensibilidade de suas
Explanações e percepções,
A audácia e maestria de seus
Produzem intermináveis
Discursos de impenetrável
Ilegibilidade.
Somente a burocracia
Cultural universitária e de
Intelectuais famintos de
Dificuldades arbitrárias
Que se prestam à aplicação
O apreciam sem restrições.
Os mortais – nós,
Comuns apreciadores-
Esforçamos-nos,
Bocejamos e
Preferimos mesmo
Os que sabem a arte
De simplesmente dizer!
Imagem: Piotr Kowalik
quarta-feira, 27 de junho de 2007
Deliberando...
Quão nada se tornaria?
Sentiu-se adormecer dando boas vindas ao tudo e adeus ao nada que ficou...
Patrícia Gomes
Imagem: Rebecca Parkes
Borboletice
segunda-feira, 25 de junho de 2007
Sacrário
Sagrei-me capitã de
Sonhos tantos
Uns tortos,
Outros insanos
Sonhos vivos,
Rotos,
Meus...
Sangrei-me à procura
De passos que marcassem o
Caminho ao lado dos meus
Passos rasos pouco ficaram
Sorri ao perceber que
Templo sou e em mim,
Tal qual Rimbaud
Tornei toda desordem
Sagrada...
Patrícia Gomes
sábado, 23 de junho de 2007
Utopia
sexta-feira, 22 de junho de 2007
Denguinho
Ele é geminiano
Como a metade que tenho
É ranzinza e inquieto
Tal qual a metade que tenho
Ele é problemático e silencioso
Assim como a metade que tenho
É irritante e intransigente
Da mesma forma que a metade que tenho
É maluco e me ama
Como a louca metade que tenho
Ele é senhor de um campo vasto
Da vida que tenho
Como poucos...
Como poucos!!
quarta-feira, 20 de junho de 2007
Achando a Perdida Bala
Ela pensava na própria morte e
Em como ela se faz consorte
Fiel e constante.
A cada dia nos enreda mais e mais
Nos faz navegar em águas mansas
E tantas vezes densa...
Outro dia dizia da própria morte:
Se é pra morrer de vez
Que seja suave, sem aviso
Sem lamúrias
No barulho do
Meio da rua
Bagunçando ainda mais
O caótico trânsito.
Se for pra morrer que seja assim
Um modo tão bonito de partir...
Queira Deus que, ao abreviar
Os meus dias, o faça
Com uma bala perdida...
Patrícia Gomes
Aventurar desejos
Queria agora que
Teu beijo se aventurasse
Pelo meu corpo inteiro
Percorrendo absorto
Meus pêlos e montes
Escalasse sem receios os
Picos intumescidos dos
Meus seios e
Explorasse tranqüila
E urgentemente o vale
Que nasce em meu ventre
Saciando sua sede na
Nascente dos meus segredos...
Patrícia Gomes
terça-feira, 19 de junho de 2007
Seria a Rotina?
Temia o medo que sentia, pois sabia quanto mal lhe fazia, mas temia assim mesmo. Seria mais uma de suas rotinas? Gostava de cultivá-las e não se adaptava facilmente às mudanças, ainda mais às emocionais. Sentia falta de não dormir. Jamais imaginou isso, mas queria de volta os sorrisos parcos nas fartas madrugadas...
Patrícia Gomes