Sentia seu coração palpitar docemente
Diante da sorridente noite que
Nascia quente como seu
Ventre no cio.
Sentia doer-lhe o corpo
Como se sustentasse toda
Feminilidade do mundo
E a pele, tal qual um balde
De gelo, transpirava
Fria e profusamente.
Sentia que todo entendimento
A invadia devastando todo mistério
Não queria saber-se folha seca,
Ainda mais agora que finalmente
Descruzara os braços para
Captar a desordem de tudo.
Percebia-se como existente no momento
Que suas indagações foram aceitas
Diante de seus olhos afogueados...
Imagem: Jorge Jacinto
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