sexta-feira, 25 de maio de 2007
Amazona
Não quero tecer nas tramas do meu bordado
Sorrisos ensandecidos de bocas escancaradas
Que já não me dizem do silêncio que eu tanto desejo.
Sou amazona vagando por entre flores secas de luas
Que escorrem nas noites cheias de promessas, mas
Não levanto a lança à toa, ou mostro os dentes em vão.
Assim como não me deito em esteiras oferecendo
Meu ventre e meu mel ao deleite de quem não tem interesse.
Moinhos de vento sem vida não fazem parte da minha loucura,
Nem procuro por algo que venha e me faça sentido.
Recebo as sementes dos dias, com as ancas
Elevadas, o útero quente, e a boca molhada de sêmem
Do sereno que escorre leitosamente por entre a noite
Do meu corpo ardente, deixando o rastro de dias perfeitos.
Patrícia Gomes
Imagem: Igor Amelkovich
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